Cliffs of Moher - Irlanda
(Foto de Arquivo Pessoal)
O Ano Sabático
Em janeiro de 2015 decidi sair do banco espanhol onde
trabalhava há quase sete anos, para embarcar em um sonho, algo que eu já vinha
amadurecendo, fazer intercâmbio.
Muito se falava que no Brasil, o ano sabático não era bem
recebido e no caso de um possível retorno talvez eu tivesse alguma dificuldade
para voltar ao mercado de trabalho. A princípio, eu pensava comigo, estou
embarcando para melhorar meu currículo no Brasil, pensei também como seria
importante ter a fluência do inglês associada a minha futura profissão. Mas
hoje penso que, algumas pessoas simplesmente encontram qualquer motivo pra
viajar, acho que de certa forma me tornei uma delas.
Permaneci 1 ano na Irlanda, o período que compreende a data da chegada até o dia de ir embora, eu tive a
experiência mais sensacional que alguém poderia ter. Pessoas, lugares e culturas
são tão diferentes quando saímos do nosso “mundinho”, que se torna impossível
não ser afetado totalmente por essa experiência. Quem pensa que viver fora do Brasil, vai te
ajudar somente a aprender uma nova língua se engana. Pelo menos para uma parte
das pessoas, o intercâmbio traz uma possibilidade de crescimento e amadurecimento
como ser humano, e por sorte eu tinha decidido por isto também. Não muito diferente
da vida cotidiana, nem tudo são flores, como nem tudo é drama. Mas à medida que
eu entendo que, tudo que acontece em nossa vida nos traz algum aprendizado, qualquer
que seja, estou mais aberta ao novo com gratidão. Tive inúmeros momentos
tentando entender porque algumas coisas simplesmente davam muito erradas e
entendi que não controlamos a vida, ela simplesmente acontece, cabe a nós o
difícil trabalho de aceitar. Tive inúmeros momentos felizes, alguns deles
aconteceram quando eu me dava conta que conseguia entender um pouco mais a
língua todos os dias, gradativamente.
Outro dia assisti a um vídeo que Viviane Mosé contava: “Na Índia
há anos atrás, um jovem antes de embarcar numa vida de responsabilidades,
casamento ou em alguma profissão, saía em busca de si, e mesmo quando ele não
tinha dinheiro, as pessoas faziam “vaquinhas” para ajudá-lo, era um
comportamento muito incentivado, a busca de si mesmo.” Em minha opinião, é uma
ótima maneira de se encontrar, embora isso possa soar estranho para nossa
cultura. Conheço, por exemplo, muitas pessoas que já atravessaram a pressão de
não saber o que fazer quando o ensino médio acaba, e isso é muito natural. “Na
gestão de uma carreira, o projeto sabático (que tem duração média de 6 meses a
1 ano) é uma decisão conjunta entre a empresa e o profissional, que suspende
suas atividades normais para dedicar-se a uma atividade que permita refletir e
avaliar sua vida profissional e pessoal. Sem dúvida nenhuma, fazer uma parada
no trabalho é uma grande oportunidade para qualquer um – a pessoa ganha
experiência, descansa e volta mais valorizada para o mercado de trabalho.”*
Bem, sobre voltar para o Brasil, a verdade é que eu não
estava preocupada, já que toda escolha implica em perdas, e, meus novos planos
e nova vida me esperavam. De volta agora a minha vida em terras tupiniquins, estou descobrindo
como empresas e recrutadores se comportam diante dessa experiência, e posso dizer
que não há nada de negativo, parece óbvio dizer isso, mas não é. No meu caso
especificamente, estou também passando por uma mudança de área, já que boa parte
da minha experiência se dá em exatas e o caminho que a minha graduação ainda em
andamento percorre é o de humanas.
É fato, os caminhos para um novo trabalho ou uma nova
empresa são diferentes, mas estou certa que a vida trará uma nova oportunidade em
breve e quem sabe, moldada ao meu novo currículo e a pessoa que me tornei.
*Fonte: http://carreiras.empregos.com.br/seu-emprego/voce-sabe-o-que-e-um-ano-sabatico/
Para conversar sobre este post ou sugerir outros temas:
Twitter: @suka_bastos
Linkedin: Suzane Cruz
Facebook: Suka Cruz
Twitter: @suka_bastos
Linkedin: Suzane Cruz
Facebook: Suka Cruz
Nenhum comentário:
Postar um comentário