terça-feira, 17 de maio de 2016

Despertar Espiritual





 Bray - Wicklow
(Foto de Arquivo Pessoal)



Que a cada manhã estejamos certos que não estamos sozinhos  
Nem aqui e nem depois  
Que a cada dia de sol  
Tenhamos a capacidade de entender que é necessário passar mais uma página do livro   
Que não importa o quanto você viveu   
Mais à frente sempre terá algo para vivenciar
Apenas siga
Que a gente aceite que a mudança de padrões é uma realidade intrínseca  
Que consigamos nos desfazer do teatro representado na sociedade  
Mas sem a pretensão de sermos valorizados com isto
Que consigamos ver que a vida é feita de todos os acontecimentos
E se você sofre com isso você é tolo
Não deixe de aproveitar o treinamento
Agradeça a oportunidade dos encontros
Os primeiros são mágicos  
Por isso são únicos  
Que nunca estejamos cansados de fazer o bem  
E de estar lá quando alguém precisa
Que consigamos ver a realidade como ela é
E que nosso maior objetivo de vida seja a gentileza




Para sugerir outros temas:
Twitter: @suka_bastos
Fc:Suka Cruz
Linkedin: Suzane Cruz







 



domingo, 8 de maio de 2016

O Luto do Meu Eu

                                                            Bog of the Frogs
                                                                  Howth


E de repente tá tudo embaçado
Não é fácil enxergar através de equívocos
Tudo que era eu, já não é mais
Meus sentidos estranhos
Minhas construções distorcidas
Eu chorei por ter aceitado verdades fáceis
Por ter me deixado levar por verdades questionáveis
O mundo lá fora possui uma análise rápida
Eu não tenho pressa
E nem pretendo chegar se você me perguntar
Só quero caminhar
E se a paz me encontrar
Eu vou disfarçar
Porque se tenho que aceitar coisas rasas
Basta os meus olhos banhados em lágrimas




sexta-feira, 6 de maio de 2016

Vida e Impermanência




                                                      Chapada Diamantina - BA

Um dia desses eu estava em casa, no Rio, ia e voltava com a leveza de uma pluma, de quem conhece o território, de quem é dono do pedaço. Já fazia trilhas nos mais belos morros com a frequência de um atleta. Trabalho árduo, não menos prazeroso, estar lá em cima, esquecer do mundo e só contemplar. Dia desses eu estava em Aracaju na escola, cidade querida, onde meus maiores desafios era me dar bem em Matemática, e entender essa nova matéria que acrescentaram no ano letivo chamada Filosofia hehe! Se no Rio eu não conheço alguns lugares, em Aracaju isso não acontece. Lembro dos amigos, lembro como a capital de Sergipe é silenciosa e como visualmente não é poluída, é o momento que respiro fundo feliz, querendo voltar. Outro dia eu estava em Floripa, lugar onde não conheço nada, lugar onde fiz bons amigos e saí de lá me prometendo morar em algum momento da vida. Dia desses eu estava no Capão na Chapada Diamantina, onde tive a melhor experiência de estar desconectada do resto do mundo, não há sinal de celular, não há wifi. Dia desses eu estava em Dublin com medo de pegar ônibus por não dominar o inglês, e hoje me pego rindo como fui boba. Dia desses eu estava em Amsterdam, falando inglês de índio para conseguir sair do aeroporto e pegar o trem para a acomodação. Dia desses eu estava nas montanhas de Wicklow planejando como montar minha barraca lá e impossibilitada pelo frio. 
Eu não sei exatamente onde essa inquietude começou, mas ela me diz que nossa vida é exatamente essa impermanência. E que estar confortável em sua terra natal ou em um bom emprego é maravilhoso, mas nem sempre é sinônimo de felicidade. Que a vida a todo momento muda e talvez nós não estamos exatamente receptivos a isso. Não digo que a partir de agora não vamos construir relacionamentos e não mais aceitar cargos, mas que a consciência de saber que as coisas podem mudar a qualquer momento faz muita diferença. Muitas vezes, tudo que queremos é controlar nosso ambiente para que as pessoas não precisem ir embora, para que não sejamos assaltados, para que não fiquemos desempregados. Fazer da nossa vida um treinamento a partir desses acontecimentos faz muito sentido. Penso que nosso sofrimento começa quando precisamos de algo, quando me doei esperando algo em troca, quando fiz uma boa ação, mas tomei nota para quem fiz. Quando tive momentos incríveis com um ente querido e não entendo que a vida dele chegou ao fim. Quando conheci alguém, desenhei um círculo para que essa pessoa se mova somente dentro dele de acordo com as minhas expectativas, que não me faça sofrer e ainda me faça feliz. Me soa egoísta. 
A vida é fluxo como um rio, no momento que você se descreve com tais características, em seguida você já não é mais. Em um momento você pode tentar sustentar uma imagem, ser religioso ou empresário, e no momento seguinte você pode se pegar em contradição, e não querer mais aquilo. Exatamente porque no sentido da vida há algo maior, que não faz parte das coisas óbvias e sim do olhar sutil, diferente muitas vezes do que é apresentado como certo durante toda nossa vida.
E que talvez não precisamos buscar a felicidade ou esperar um grande momento, ela, a felicidade é possível exatamente onde estamos, com quem estamos, e com o que estamos fazendo neste exato momento. E que não nos cansemos de viver pois nunca chegaremos na nossa versão final, ela não existe. O melhor momento, é agora. Sem tirar nem pôr. 



terça-feira, 3 de maio de 2016

Mente, corpo e alma entre Brasil e Irlanda



                                                              Phoenix Park - Dublin

Esta foto foi uma das primeiras na Ilha Esmeralda, em setembro de 2015. O texto foi escrito semanas depois. Bem, esse é o primeiro do blog "Viagens e Bagagens com a Suka", já havia postado este texto, porém meus desejos me impulsionam a escrever cada vez mais e compartilhar histórias. Enjoy it!

"Hoje me sinto inspirada, um dia especialmente escolhido para as primeiras páginas dessa aventura tão longe de casa, tão diferente e tão prazerosa. Uma vez alguém me disse: pegue esse formulário, um dia você vai viajar para fora do Brasil. Eu era só uma adolescente, aquilo não estava nos meus principais planos, dei de ombros, me perdi nos meus assuntos mais urgentes (estudar, comer e respirar) e o formulário também se perdeu.
A chave virou sem eu menos esperar, como me considero uma pessoa de sorte, uma parte de mim estava preparada para este momento. Queria eu que todas as pessoas (amigos do Brazil inclusive) tivessem a oportunidade de morar fora do seu país, o mundo seria muito melhor e mais tolerante.
Embora brasileiros saibam das dificuldades que é viver no nosso país muitas vezes, morando fora a gente se descobre apaixonado por cada pedacinho dele. Não falo das coisas que obviamente gostamos como feijoada e coxinha, falo da nossa sensação de casa, e de como é ótimo pertencermos a uma cultura. Estar no Rio de Janeiro, o berço do Samba e da Bossa Nova. Em São Paulo comendo pizzas maravilhosas, mochilando pela Chapada Diamantina na Bahia com aquele caloroso verde todo nosso, aproveitando Sergipe um sossegado paraíso inexplorado ou até bebendo chimarrão no sul. Sem comentar como o português é perfeito.
Já, viver em Dublin é comprar seu ticket para o trem e ninguém conferir. Sem catraca, sem cobrador, ninguém.
É ter somente 6 horas por dia de sol no inverno, e ter toda sua vida voltada para este hábito gostoso e preguiçoso de ficar em casa, regados a sopinhas, café, chocolate quente... hummm... e também super possível ir pra night mesmo com todo frio. Em dias que faz 10° já me sinto no Rio. Hehe!
No verão o sol faz hora extra, as noites duram apenas 5 horas em média.
Viver em Dublin é ver fumacinha saindo da boca, fora e dentro de casa.
Viver em Dublin é pôr gasolina e não ter ninguém pra conferir se você vai pagar.
Viver em Dublin é ver senhores bêbados pelas ruas...
Irlandeses são cultos, inteligentes e musicais. E toda a atenção de uma família é voltada para a educação das crianças. It's amazing!
Dirigir pela esquerda não é difícil, só é necessário paciência porque eles não tem pressa no trânsito. Nunca.
Desejo que esse país me mastigue e me engula como está sendo, que me traga infinitos aprendizados e que a mágica de compartilhar a vida com outras pessoas aconteça sempre."